A história de Ana, narrada em I Samuel mostra o sofrimento de uma mulher amargurada pelo que ouvia. Por ser estéril, em meio a uma sociedade extremamente patriarcal, ela virou alvo de chacota, especialmente da outra esposa do seu marido. Penina, investia muito tempo, destilando seu veneno nos ouvidos de Ana, que aceitava tudo o que ouvia.
Precisamos filtrar tudo o que ouvimos. Sempre haverá duas vozes falando em nossos ouvidos. A decisão é nossa de escolher qual iremos dar crédito. No caso de Ana a voz de Penina sempre falava mais alto. Para nossa graça sempre haverá uma voz profética para combater a voz do mal que gera morte:
“... Vai em paz; e o Deus de Israel te conceda a petição que lhe fizeste” (I Samuel 1:17).O primeiro decreto, o de morte, é sempre cancelado quando ouvimos a palavra de Deus. A Bíblia descreve que até o semblante de Ana já era diferente ao ouvir aquelas palavras, pois tinha recebido um decreto de vida.
Quanto mais ouvimos e temos comunhão com Deus, mais somos alimentados e combatemos os decretos malignos. É como foi escrito em Provérbios 29:18 “Não havendo profecia, o povo perece; porém o que guarda a lei, esse é bem-aventurado”. As profecias acontecem na Casa de Deus. Devemos buscar essa comunhão sempre, para estarmos alimentados.
O ouvir também foi determinante para o povo de Deus (Números 14). Eles estavam muito próximos da terra prometida. De um grupo de dez espias vieram dois relatórios. O primeiro, feito por oito homens, dizia que a terra era boa, porém cheia de gigantes.
Mesmo tendo voltado em segurança, com frutos nas mãos, aquele grupo pintou um quadro exageradamente terrível da terra. Já o segundo grupo, de dois homens, viram que haviam dificuldades, mas era possível tomar posse da terra, como Deus havia garantido.
O povo inteiro ouviu duas vozes e lhe restava escolher qual iriam dar valor.
“E todos os filhos de Israel murmuraram contra Moisés e contra Arão; e toda a congregação lhes disse: Quem dera tivéssemos morrido na terra do Egito! ou, mesmo neste deserto!
E por que o Senhor nos traz a esta terra, para cairmos à espada, e para que nossas mulheres e nossas crianças sejam por presa? Não nos seria melhor voltarmos ao Egito?” (Números 14:2-3).
Essa escolha ainda é feita por nós a todo tempo. Quem você ouve te influencia. Somos o resultado do que ouvimos no passado e o que seremos amanhã depende do que vamos ouvir hoje.
“Não entrareis na terra, pela qual levantei a minha mão que vos faria habitar nela, salvo Calebe, filho de Jefoné, e Josué, filho de Num” (v30).
Não podemos adotar o dicionário do fracassado: “não posso, não dá, é difícil, é longe, é trabalhoso, não consigo, não dou conta, não sei fazer, é muito pra mim...” O apóstolo Paulo disse que podia todas as coisas em Cristo que o fortalece, e disse isso de dentro de uma cisterna, onde estava preso.
Alcançar a terra prometida era o motivo de terem saído do Egito, de terem passado pelo deserto durante 40 anos. Não poderemos alcançar uma promessa usando o dicionário do fracassado.
“Mas o justo viverá da fé; E, se ele recuar, a minha alma não tem prazer nele. Nós, porém, não somos daqueles que se retiram para a perdição, mas daqueles que crêem para a conservação da alma.” (Hebreus 10:38-39).Se não vivermos pautados na fé Deus não terá prazer em nós. Ele não tem prazer em covardes. A palavra diz que a fé vem pelo ouvir (Rm 10:17). Logo a descrença também vem pelo ouvir, e agirá como um balde de água fria sobre os que retrocedem.
Quem é Deus ouve a voz de Dele e não valoriza a voz do inimigo, por mais bonita e coerente que esta possa parecer (assim como era a da serpente), mas que nos levam para caminhos de morte.
Deus quer nos influenciar. É só ouvi-Lo.
“Agora, pois, se diligentemente ouvirdes a minha voz e guardardes a minha aliança, então sereis a minha propriedade peculiar dentre todos os povos, porque toda a terra é minha” (Êxodo 19:5).
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