Sem culpa, sem poder entender, sem encontrar uma saída. O filme de Steven Spielberg (1997) chegou bem perto, baseado em fatos reais vividos pelos tripulantes do navio “Amistad”, em 1839, que levou africanos aos EUA como verdadeiras cargas, capturadas para servir em terra estranha.
Numa situação inusitada o destino das “mercadorias” foi decidido num tribunal. Sem entender o idioma local, muito menos o que estava acontecendo, eles só tinham uma certeza: queriam a liberdade. O escravo que se tornou líder do grupo, Cinqué é mostrado como uma pessoa indesistível.
Numa das cenas mais fortes, algemado durante a audiência, gritou de forma viceral a frase mal articulada que aprendeu para clamar: “Deixa nós livre, deixa nós livre!”. Mais adiante a liberdade iria extrapolar o sentido abolicionista, em outra cena memorável.
Foi quando, na cela, Cinqué conheceu, através da Bíblia,outro tipo de cativeiro e também de liberdade. Um negro liberto lhe mostrou naquele livro “o Deus deles”. Mesmo sem saber ler pôde entender a essência, através das ilustrações. Ele entendeu que as pessoas estavam sofrendo durante muito tempo, até que “ele” nasceu e tudo mudou:
- Quem é ele?
- Eu não sei, mas onde quer que ele vá é seguido pelo sol. Aqui está ele, curando pessoas com suas mãos, protegendo-as como crianças... ele pode também andar sobre as águas...
... Ele foi capturado e acusado por algum crime
- Ele deve ter feito algo
- Por quê? O que nós fizemos? O que tenha sido foi demais para matá-lo por isso.
- Isso é só uma história!
- Mas olhe, isso não é o fim. O corpo dele foi colocado nessa... nessa coisa (desenha cruz no ar).
- Eles o colocaram numa caverna. Ele vestia uma roupa igual a que nós usamos... pensaram que estava morto, mas ele apareceu. Falou com eles e depois, finalmente, subiu aos céus.
- Isto é para onde nossa alma vai quando você morre aqui. É para onde nós vamos quando eles nos matarem. Isso não parece tão mal.
- Eu não sei, mas onde quer que ele vá é seguido pelo sol. Aqui está ele, curando pessoas com suas mãos, protegendo-as como crianças... ele pode também andar sobre as águas...
... Ele foi capturado e acusado por algum crime
- Ele deve ter feito algo
- Por quê? O que nós fizemos? O que tenha sido foi demais para matá-lo por isso.
- Isso é só uma história!
- Mas olhe, isso não é o fim. O corpo dele foi colocado nessa... nessa coisa (desenha cruz no ar).
- Eles o colocaram numa caverna. Ele vestia uma roupa igual a que nós usamos... pensaram que estava morto, mas ele apareceu. Falou com eles e depois, finalmente, subiu aos céus.
- Isto é para onde nossa alma vai quando você morre aqui. É para onde nós vamos quando eles nos matarem. Isso não parece tão mal.
Na semelhança de martírios concluíram que, se o que estava naquele livro acontecesse também com eles poderiam superar a condenação e ir ao céu como aquele homem. Estariam livres. O chamado “Deus deles” é chamado por nós de “meu Deus”. Muitos tiveram mais que figuras para entender, mas sem alcançar a liberdade. Existem histórias que são apenas histórias. Outras viram histórias por que nos recusamos a dizer que algo é real.
Dos cativeiros todos nós queremos ser livres. Para quem lembrar que tem “o Deus”, já pode ir além do que meras ilustrações para ser livre, realmente livre, de todo tipo de cativeiro.
"Finalmente livre, finalmente livre. Obrigado Deus Todo-Poderoso. Finalmente souTítulo Original: Amistad
livre” (Martin Luther King Jr.).
“Porque todos os que são guiados pelo Espírito de Deus, esses são filhos de Deus. Porque não recebestes o espírito de escravidão, para outra vez estardes em temor, mas recebestes o Espírito de adoção de filhos, pelo qual clamamos: Aba, Pai” (Romanos 8:14-15).
Direção: Steven Spielberg
Drama (1997), com Morgan Freeman, Nigel Hawthorne, Anthony Hopkins, Djimon Hounson e Matthew McConaughey
Um comentário:
Pequena correção, amigo. Todos os fatos são reais. Assim, se em qualquer parte do texto você escreve ˜fatos reais" está usando uma figura de linguagem famosa chamada pleonasmo.
Abraços
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