Crônica – Um de nós

E se Deus fosse um de nós? Como seria se Ele pudesse andar por essas ruas e viver nossa rotina, sentir o que sentimos? Possibilidade esquisita: o Todo Poderoso, pegando ônibus, pagando contas, suportando o calor... Como seria? O próprio Deus se perguntou isso!

Todo aquele que precisa de ajuda, conselho, consolo ou suporte vai em busca de alguém que lhe compreenda. Alguém que lhe diga: “eu sei como você se sente”.

Diante de nossos primeiros erros o Pai se deparou com essa questão. Ele teria que nos ensinar a ser fortes e corajosos. Mas como nos incentivar a confiar Nele se não pudesse sentir o que sentimos, pois nunca foi fraco nem limitado?

Mas havia um jeito:

“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus... E o Verbo (Jesus) se fez carne e habitou entre nós...”
(João 1:1-14).

Vejam só, Deus tornou-se um de nós. No RG o seu nome – Jesus, ou Emanuel, que significa “Deus Conosco”. Sendo assim podemos conversar com Ele, desse jeito:

Tenho sede
“Tenho sede!” (Jo 19:28)

Tenho fome
“E depois de jejuar quarenta dias e quarenta noites, teve fome” (Mt 4:2).

Ô vida dura de trabalhador!
“Não é este o carpinteiro...?” (Mc 6:3).

Estou cansado
“Cansado da viagem, assentara-se Jesus junto à fonte...” (Jo 4:6).
“E Jesus estava na popa, dormindo sobre o travesseiro...” (Mc 4:38).

Não me dão valor!
“Não há profeta sem honra, senão na sua terra, entre os seus parentes e na sua casa” (Mc 6:6).

É mais forte que eu
“Então o tentador, aproximando-se lhe disse: Se és Filho de Deus, manda que estas pedras se transformem em pães. Jesus, porém, respondeu: Está escrito: Não só de Pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus” (Mt 4:3-4).

Mas eu não tenho dinheiro pra nada!!!
“De quem cobram os reis da terra impostos ou tributo? ... vai ao mar, lança o anzol, e o primeiro peixe que fisgar, tira-o; e, abrindo-lhe a boca, acharás um estáter. Toma-o e entrega-lhes por mim e por ti” (Mt 17:25 e 27).

É muita pressão!
“E, estando em agonia, orava mais intensamente. E aconteceu que o seu suor se tornou como gotas de sangue caindo sobre a terra” (Lc 22:44).

Não suporto ingratidão...
“Ao entrar numa aldeia, saíram-lhe ao encontro dez leprosos... Um dos dez, vendo que fora curado, voltou, dando glória a Deus em alta voz... Não eram dez os que foram curados? Onde estão os nove? (Lc 17:12, 15 e 17).

Está doendo!
“Jesus chorou” (Jo 11:35).

Eu confiei, e olha agora!
“Afirmo-te, Pedro, que hoje, três vezes negarás que me conheces, antes que o galo cante” (Lc 22:34)
“Judas, com um beijo trais o Filho do Homem?” (Lc 22:48).

Estou com medo!
“A minha alma está profundamente triste até a morte...” (Mc 14:34).

Isso é humilhante
“Então, uns cuspiram-lhe no rosto e lhe davam murros, e outros o esbofeteavam...” (Mt 26:67).

Eu não mereço isso
“Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se ele próprio maldição em nosso lugar (porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado em madeiro)” (Gl 3:13).

Agora sim. Nesse ombro, o mesmo que carregou a pesada cruz, eu posso me recostar sabendo que me entendes. Posso ainda fazer como aquele que se encostava em Teu peito e ouvia o Teu coração batendo (Jo 13:25). Ouvia o coração de alguém 100% homem e 100% Deus, onde a soma não dá 200%.

Jamais poderia imaginar que me amas desse jeito, a ponto de esvaziar a si mesmo, e sentir o que eu sinto. Está fazendo tanto calor não é mesmo!? Tu sabes como é. Meu coração está confuso, mas Tu também sabes como é. Vieste para dizer “confie em mim!"

Obrigado por seres o Verbo e deixar a Sua glória para estar conosco e ser um de nós.

“Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo” (Jo 16:33).