Na manhã de hoje a manchete gritava, na prateleira da banca de revista: “Estudante mata colega em sala de aula”. Uma notícia que escondia um sorriso inimigo que queria nos afrontar. É como se tentasse dizer: “está vendo só? Marquei mais um ponto.” Ou ainda: “tudo será inútil. Não há mais nada a fazer”. Dizia também: “a que ponto chegamos!”.
Mais uma vez Deus me conduzia para enxergar a maldade que nos cerca. Nas facadas deferidas em plena sala de aula duas vidas foram destruídas. A vítima não foi apenas Soraya Barbosa Marinho, de apenas 15 anos, mas também a agressora Edilene dos Santos Gonçalves, de 18 anos. As duas estudavam na escola Renato Conduru, no bairro de Val-de-Cans em Belém. O motivo do crime foi fútil, e não conseguia esclarecer para a multidão de abismados o que justificaria tamanha crueldade.
Durante o velório, pela primeira vez me desfiz da postura profissional e chorei. Não era uma dor de pena. Era a dor pela ferida deixada nessa cidade, um clamor. Mesmo abalados os familiares e amigos lembravam da nobreza daquela garota. Estudiosa, esforçada, dedicada, calma, que algumas vezes até brincava de boneca.
Cheguei naquele lugar com medo de favorecer o sensacionalismo, comum nessa profissão, especialmente em tragédias como essa. “Por que permitistes que isso acontecesse?”, insistem os corações aflitos. Mas naquele momento o Pai já havia me confortado, mostrando que tudo aquilo não seria em vão. Mesmo doloridos os parentes e amigos ainda tinham fé, lembrando do bom exemplo deixado por aquela garota justa.
Deitada naquele caixão “parece que ela está dormindo”, dizia o tio Daniel, que se lembrou da história de Lázaro. Ele também lembrou de um momento em que orou mirando a foto da sobrinha. No dia seguinte chegou a avistar duas vezes os outdoors espalhados pela cidade, que anunciam o julgamento do assassino de Nirvana Evangelista da Cruz. A jovem de 28 anos foi executada a tiros pelo ex-namorado. “Nunca imaginei que a minha sobrinha pudesse virar personagem de uma situação assim”, disse. O tio também lembrou que o sangue de Abel clama por justiça até hoje. Da mesma forma algo precisa ser feito, não como vingança, mas por justiça, inclusive a dos homens.
No meu coração a mesma certeza era reforçada por Aquele que venceu o mundo. Não importa o sorriso do inimigo, nem quanto isso esteja doendo, pois eu Te louvarei sim, nessa tempestade!
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Um comentário:
Amo essa cidade que o Senhor tanto ama. Não fomos vencidos, assim diz Jesus, que venceu o mundo!
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