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sábado, 23 de agosto de 2008

Do “amarelo” ao dourado


“E não vos conformeis a este mundo,
mas transformai-vos pela renovação da vossa mente”.
(Rm 12:2)

“Mas em todas estas coisas
somos mais do que vencedores,
por aquele que nos amou.” (Rm 8:37)


Esse não é um boletim das Olimpíadas. Há algum tempo, assistindo as disputas em várias modalidades pela televisão, tento expressar o que vejo. Mais do que torcer pelo Brasil vejo as coisas de Deus nas quadras, estádios, piscinas e arenas. Preste atenção e veja como a Palavra está ilustrada no esforço daqueles milhares de atletas.

O Brasil acabou de ganhar mais um ouro. É uma medalha especial com as meninas do vôlei feminino, que nunca tinham disputado uma final olímpica. Como sempre foi uma disputa tensa contra a forte seleção dos EUA, finalizada com belos bloqueios verde-amarelos. Segundo o chamado espírito olímpico a competição é mais importante do que a vitória em si. Até certo ponto isso é verdadeiro, inclusive na Palavra. Vencer é o nosso desejo em todas as áreas da vida, mas as derrotas acontecem. Nessa hora quem ainda não desistiu da conquista terá obrigatoriamente que aprender com os erros.

A seleção feminina teve quatro anos para aprender com erros – muitos, aliás. O Brasil em peso está confiante há vários meses com o ouro masculino nas quadras. Já as meninas arrumaram malas pesadas para Pequim. Nelas estavam a cobrança da torcida e críticos com as derrotas vergonhosas nas últimas Olimpíadas e Pan-Americano. Tinha também o rótulo de ser a seleção que “amarela” no final, além da desconfiança de que tudo seria diferente. Desde a estréia nas quadras a campanha brasileira foi perfeita, com todos os sets vencidos (exceto um na decisão) e nem de longe lembrava os anos anteriores. Mas atrás da orelha dos brasileiros ainda estava a pulga: “será que vão amarelar?”.

Enquanto elas jogavam veio a transmissão da entrega do bronze para atleta do Taekwondo, uma modalidade onde as brasileiras não ganhavam medalha. Dizem que o bronze vale mais do que a prata. O bronze vem de uma vitória e a prata vem da perda do ouro. Contrariando o espírito olímpico estava nítido no rosto das brasileiras do vôlei que o objetivo delas era dourado.

O primeiro set foi brasileiro, o segundo também. No terceiro as americanas acordaram para o jogo, desconstruindo jogadas brasileiras e jogando tensão. Na disputa ponto a ponto muitos eram entregues em erros de saque, distração e cortadas precipitadas – traduzindo, nervosismo, insegurança. “Meu destino é de prata?”. Nãããããããão!

Competir é importante e louvável. Mas por que não se contentar em estar entre as três melhores seleções do mundo? Resposta: porque elas podiam ser as primeiras e estavam preparadas para ser! O time americano crescia, encostou no placar, prolongou o jogo até o quarto set. Mas as adversárias também estavam nervosas. Enquanto milhares de brasileiros começavam a ser perguntar: “será, será, será?”, o jogo acabou em segundos. Segundos que valeram mais do que os minutos dos sets, mais do que as partidas anteriores.

Força? Agilidade? Sim, foram importantes. Vôlei é um jogo vencido pela mente, preste atenção. Por serem muito disputados cada ponto é vital. Cada ponto pode valer três na seqüência, porque o adversário fica desconcertado. Tudo muda em questão de segundos. As americanas partiram para jogadas agressivas. O Brasil errava os saques, falhava nos bloqueios. Eram dois sets a um para o Brasil, mas as americanas davam trabalho. Até que veio um poderoso bloqueio brasileiro. As americanas mudaram totalmente, tendo na mente “perdi, perdi, perdi”. Então veio mais um bloqueio, no mesmo lugar, do mesmo jeito, certeiro. Enquanto a mente das brasileiras dizia: “vou ganhar, vou ganhar”, as americanas jogaram a bola pra fora da quadra, junto com o ouro. Foi menos de um minuto entre aquele bloqueio desconcertante até o apito final.

O adversário sempre vai pressionar, sempre tentará encostará no placar, sempre fará jogadas para nos deixar desconcertados. Mas veja só, tudo pode ser revertido em segundos, numa jogada certa, na hora certa. Sem mistérios, pois foi assim que fizeram nos treinos e nas outras partidas. Um ponto de saque ou corte fulminante deixa o jogo mais emocionante. Mas um bloqueio, na firmeza de uma barreira, vale ouro! Sai que essa medalha é minha!
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Um comentário:

Suely Reis disse...

O mais importante de tudo foi o agradecimento conjunto que todas fizeram: "Obrigado, Senhor!!!"

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