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quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Crônica – Onde você estava?

Quando tudo está normal e tranquilo dias estranhos chegam para nos sacudir. É sempre assim. E como se reage a dias estranhos? Quais são as nossas atitudes?

Onde você estava quando crucificaram Jesus?

Imagine quantas pessoas conheceram Jesus naqueles três anos de ministério. Anos muito movimentados, que os autores dos evangelhos se esforçaram para resumir. Tanta gente que só dava para citar em pequenos trechos.

Por onde passava o Messias era seguido pelas multidões. Gente, gente, muita gente. Assessorado pelos doze apóstolos Jesus anunciava a Palavra. As multidões o procuravam sem parar mesmo quando se retirava para as orações. Quando tentava descansar outras multidões se formavam e Jesus se compadecia deles... mais pregação.

Quando ia para casa teve gente descendo pelo telhado, só para receber uma cura. Até mesmo em altas horas da noite veio Nicodemos bater na porta de Jesus, para tirar dúvidas sobre o reino de Deus. Pessoas de várias cidades passaram a seguir os ensinamentos de Jesus. Os mais próximos, certamente, eram os apóstolos, que trabalhavam diretamente para ele. Era uma equipe que tinha o privilégio de cear, estar em comunhão com o Filho do Homem.

Por mais cansativa e puxada que fosse aquela rotina era bom estar com Jesus. Como bem afirmou Pedro, só Ele tem as palavras de vida eterna. Perto dele se testemunha milagres, curas, libertação. Na companhia dele nada falta pois Ele pode até multiplicar pães e peixes para alimentar a multidão.

Era tão bom estar perto dele que era difícil entender e levar a sério os seus avisos. Dias estranhos estavam por vir:

“... e o Filho do Homem será entregue aos principais sacerdotes e aos escribas; condená-lo-ão à morte e o entregarão aos gentios, hão de escarnecê-lo, cuspir nele, açoitá-lo e matá-lo, mas, depois de três dias, ressuscitará” (Marcos 10:33-34).

Quem toma a decisão de seguir Jesus passa a trabalhar a serviço do reino. O desejo de todo aquele que lidera é poder ter com quem contar. Muitas vezes abrimos a boca pra afirmar: “pode contar comigo!”. Mas o que acontece quando chegam os dias estranhos?

Jesus foi preso, julgado, escarnecido, açoitado e crucificado. O cenário de sua morte era o oposto da rotina de seu ministério – vazio. Os apóstolos foram os primeiros a correr, atordoados, com medo de serem presos. Um negou que o conhecia. Outro se suicidou.

Nenhum daqueles que ouviam as pregações fizeram manifestações de apoio a Jesus. Os que receberam curas não o acompanharam até o calvário. Nenhum parente, nenhum amigo. Alguns poucos olhavam, mas apenas de longe. Jesus deu seu último suspiro. Onde estava todo mundo?

Ainda faltava o velório. Jesus teve que providenciar seu próprio funeral, pois não teve com quem contar. Havia uma profecia a ser cumprida nessa hora, de que com o rico estaria em sua morte (Isaías 53:9). Quando alguém muito querido morre uns ficam chorando desesperados e outros precisam manter o controle para cuidar dos preparativos do funeral. O Espírito Santo convocou para essa missão duas pessoas improváveis até aquele momento.

Ao final daquela estranha sexta-feira surge José de Arimatéia, que servia ocultamente a Jesus, por medo dos judeus. Quem vivia se escondendo fez o que um apóstolo deveria ter feito. Mortes de cruz eram programadas para serem lentas e dolorosas. Deveria levar três dias, mas Jesus morreu em três horas, por isso Pilatos se espantou quando José pediu autorização para tirar Jesus da cruz.

Ele tinha pouco tempo para sepultar o corpo, antes da viração do dia. Se o sábado chegasse ninguém poderia tirar o corpo de lá. O ajudante na missão foi Nicodemos, aquele que só procurava Jesus a noite, que trouxe os aromas para preparar o corpo (João 19:39). Cristo foi sepultado em cova de rico, novinha, que José havia feito para si.

Certamente era insuportável o silêncio daquele sábado, com ruas vazias. Todos, incluindo os seguidores de Cristo se preocupando em serem religiosos, guardando o sábado, vindo a calhar com a poeira ainda não sentada daquela sexta-feira.

Já dissemos pro nosso líder, nosso pastor, que podem contar conosco. Dissemos pra Jesus que ele pode contar conosco. Será? Essas palavras valem também para os dias de grandes desafios?

Naquele sábado nada aconteceu, aparentemente. Cristo, após ser crucificado, permanecia ocupado, dessa vez, saqueando o inferno, antes de ressuscitar no domingo. Todos se esconderam, se omitiram. Enquanto isso Jesus estava tomando de volta para si as almas, esfregando na cara de Satanás a conta totalmente paga dos nossos pecados.

Quando tudo parece estranho, sob grande pressão, desafio, tem gente que se apavora, desiste, se esconde. Para quem segue Jesus sempre chega o dia de dar a cara à tapa. Até os “agentes secretos” José de Arimatéia e Nicodemos atenderam a esse chamado, na hora certa. Seus corações foram constrangidos a isso. Um constrangimento que lança fora o medo e os impedimentos.

A tarefa continua sendo a mesma, saquear o inferno diariamente, salvando vidas. O Senhor está dizendo: “vamos lá!”. Assim como esses dois seguidores de Jesus, continuamos tendo pouco tempo para agir e fazer a nossa parte.
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