
Nunca havia agradecido a Deus por saber escrever. A Palavra ensina que devemos ser gratos em tudo, e eu esqueci justamente disso.
A mancada foi corrigida a poucos dias, após assistir a um comercial. Uma imagem em flashback mostrava na tela: 1989. Na mesma hora resgatei na memória o que eu fiz de importante naquele ano. “Ah, é claro! Eu aprendi a ler e escrever”. Me enchi de felicidade e gratidão. Foi uma grande vitória.
Não sou escritora nem letrada, mas vivo escrevendo. Sem uma caneta e um pedaço de papel sou como um policial sem arma ou jogador sem chuteira. Escrevo no papel, escrevo no computador e até na mente.
Escrever é importante e não é de hoje. Ainda lembro da linha do tempo que meu professor de História desenhou na lousa, representando a trajetória dos homens. De um lado pré-História, do outro História. O que dividia os lados era a escrita. Ele foi enfático ao afirmar que os homens só começaram a ser históricos pela capacidade de escrever, ou seja, de registrar os fatos.
Nenhum cientista poderá me convencer de que os homens de antiguidade curtiam a ideia de viver numa caverna, sem ventilador. Na verdade eles estavam ali para ultrapassar a linha do tempo, para o lado da escrita. Naquelas paredes dava para registrar as coisas, longe da chuva, sol e vento que pudessem apagar tudo.
Desde então a escrita tem sido um passaporte, licença para fazer história. Licença para registrar, reproduzir, comunicar. Há poder na escrita. Não foi a toa que o próprio Deus encomendou o primeiro out-door de que se tem notícia: “Então o Senhor me respondeu, e disse: Escreve a visão e torna bem legível sobre tábuas, para que a possa ler quem passa correndo” (Habacuque 2:2).
Deus escreve. Foi com a letra do Senhor que os dez mandamentos foram ensinados aos homens, através das tábuas da lei (Êxodo 20). Ele também nos deixa escrever e participar da história. Foi com a letra de Moisés que surgiu a Torá, com o restante dos livros da lei.
O apóstolo Paulo foi muitíssimo grato por saber escrever. “A saudação é de próprio punho: Paulo. Lembrai-vos das minhas algemas...” (Colossenses 4:18). Paulo precisava compartilhar com as igrejas e centenas de filhos espirituais o que estava recebendo de Cristo. Precisava dar palavras de conforto, exortação, esperança e saudação, e fez isso através das cartas.

“E, uma vez lida esta epístola perante vós, providenciai por que seja também lida na igreja dos laudicenses; e a dos de Laudicéia, lede-a igualmente perante vós” (Colossenses 4:16). É Paulo, nós também estamos lendo, de todos os cantos do mundo.
Quero sentir a mesma alegria e gratidão de Paulo com a escrita. Quando um adulto analfabeto aprende a escrever é uma grande vitória, pois passa a entender o poder que há na escrita. Paulo não era nem pretendia ser escritor, apenas queria fazer história e ajudar os outros a também fazer.
Deus deve ter uma caneta, já que escreveu o meu nome na palma de Suas mãos (pra sempre lembrar de mim) (Isaías 49:16). Por mais que Ele mesmo se disponha a escrever desejo que me dê a oportunidade semelhante a que deu a Moisés, para escrever também. Afinal, eu sei escrever!
Obrigada Pai por esses vinte anos de praia...

Um comentário:
Perfeito minha jornaleira, sou admiradora dos seus textos.
Beijos,
Sua pastora.
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