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quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Crônica – Eu escrevo

“A saudação é de próprio punho...” (Colossenses 4:18).

Nunca havia agradecido a Deus por saber escrever. A Palavra ensina que devemos ser gratos em tudo, e eu esqueci justamente disso.

A mancada foi corrigida a poucos dias, após assistir a um comercial. Uma imagem em flashback mostrava na tela: 1989. Na mesma hora resgatei na memória o que eu fiz de importante naquele ano. “Ah, é claro! Eu aprendi a ler e escrever”. Me enchi de felicidade e gratidão. Foi uma grande vitória.

Não sou escritora nem letrada, mas vivo escrevendo. Sem uma caneta e um pedaço de papel sou como um policial sem arma ou jogador sem chuteira. Escrevo no papel, escrevo no computador e até na mente.

Escrever é importante e não é de hoje. Ainda lembro da linha do tempo que meu professor de História desenhou na lousa, representando a trajetória dos homens. De um lado pré-História, do outro História. O que dividia os lados era a escrita. Ele foi enfático ao afirmar que os homens só começaram a ser históricos pela capacidade de escrever, ou seja, de registrar os fatos.

Nenhum cientista poderá me convencer de que os homens de antiguidade curtiam a ideia de viver numa caverna, sem ventilador. Na verdade eles estavam ali para ultrapassar a linha do tempo, para o lado da escrita. Naquelas paredes dava para registrar as coisas, longe da chuva, sol e vento que pudessem apagar tudo.

Desde então a escrita tem sido um passaporte, licença para fazer história. Licença para registrar, reproduzir, comunicar. Há poder na escrita. Não foi a toa que o próprio Deus encomendou o primeiro out-door de que se tem notícia: “Então o Senhor me respondeu, e disse: Escreve a visão e torna bem legível sobre tábuas, para que a possa ler quem passa correndo” (Habacuque 2:2).

Deus escreve. Foi com a letra do Senhor que os dez mandamentos foram ensinados aos homens, através das tábuas da lei (Êxodo 20). Ele também nos deixa escrever e participar da história. Foi com a letra de Moisés que surgiu a Torá, com o restante dos livros da lei.

O apóstolo Paulo foi muitíssimo grato por saber escrever. “A saudação é de próprio punho: Paulo. Lembrai-vos das minhas algemas...” (Colossenses 4:18). Paulo precisava compartilhar com as igrejas e centenas de filhos espirituais o que estava recebendo de Cristo. Precisava dar palavras de conforto, exortação, esperança e saudação, e fez isso através das cartas.

Dê uma olhada nesse pedacinho da carta a Filemom. Isso deu trabalho! Mesmo com mãos algemadas ele dizia com alegria que tudo foi escrito por seu próprio punho. Em cada carta ele acreditava no poder de multiplicação do que escrevia, e por isso orientava:

“E, uma vez lida esta epístola perante vós, providenciai por que seja também lida na igreja dos laudicenses; e a dos de Laudicéia, lede-a igualmente perante vós” (Colossenses 4:16). É Paulo, nós também estamos lendo, de todos os cantos do mundo.

Quero sentir a mesma alegria e gratidão de Paulo com a escrita. Quando um adulto analfabeto aprende a escrever é uma grande vitória, pois passa a entender o poder que há na escrita. Paulo não era nem pretendia ser escritor, apenas queria fazer história e ajudar os outros a também fazer.

Deus deve ter uma caneta, já que escreveu o meu nome na palma de Suas mãos (pra sempre lembrar de mim) (Isaías 49:16). Por mais que Ele mesmo se disponha a escrever desejo que me dê a oportunidade semelhante a que deu a Moisés, para escrever também. Afinal, eu sei escrever!

Obrigada Pai por esses vinte anos de praia...
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Um comentário:

Pra. Kênia disse...

Perfeito minha jornaleira, sou admiradora dos seus textos.

Beijos,


Sua pastora.

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